quarta-feira, 30 de março de 2011

A língua portuguesa

Texto muito bem criado que circula já há algum tempo na internet. Não conseguimos identificar a autoria.
.............................

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.

Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.

Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos.

Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Não erre mais: "a princípio" e "em princípio"

Uma confusão que vemos o tempo todo é a referente à (falta de) distinção entre as expressões "a princípio" e "em princípio". Já percebemos que as pessoas não sabem que existe uma diferença - e grande - entre elas.
O que a gente vê por aí é todo mundo usando "a princípio" para absolutamente tudo, mesmo nos casos em que a expressão correta não deveria ser essa.
Pois bem, vamos ajudá-los a não errar mais, até porque é muito fácil saber quando usar uma ou outra.
"A princípio" significa "no começo", "inicialmente". E só! Agora veja como fica estranho se você substituir o "a princípio" que anda usando a torto e a direito pelo seu sinônimo "no começo". Teste! Pegue aquela frase que você falou faz pouco ("A princípio eu não vou à praia neste fim de semana") e veja que fora da casinha ela fica: "No começo eu não vou à praia neste fim de semana"). Péssimo, né!
Já o "em princípio" significa "em tese", "teoricamente". E agora você vê que era essa a expressão que deveria ter usado na frase acima: "Em tese, não vou à praia neste fim de semana".
Então fica aqui a dica: anote, se preciso, no celular, em um papelzinho, e ande com essa distinção pra cima e para baixo: a princípio = no começo; em princípio = em tese.
E quando usar então "a princípio"? Fácil! "A princípio, tudo parecia um mar de rosas, mas não tardaram a surgir dificuldades".
Não erre mais!

...............................
Referência: Dicionário de dificuldades da língua portuguesa. Domingos Paschoal Cegalla, L&PM.

sábado, 19 de março de 2011

É assim mesmo: muçarela!

Excelente a iniciativa do Prezunic: explica e educa o povo, que muitas vezes está habituado a escrever e ler as coisas da forma incorreta!

Mais empresas deveriam se inspirar no Prezunic!

Ah, existe outra forma correta também: mozarela. E só! Todas as demais estão erradas! Surpreso?






quinta-feira, 17 de março de 2011

Os cem erros mais comuns da língua portuguesa

Vale a pena dar uma olhadinha e tirar dúvidas!

Caso Robinho - texto mal escrito pode custar R$ 700 mil por dia!

E o caso Robinho-Nike, hein? Um contrato mal redigido, uma desatenção, e o atleta pode ver-se condenado a pagar R$ 700 mil por dia à Nike!

Mas o que houve? Por que isso está acontecendo?

Houve um texto ambíguo, que permite tanto a interpretação do jogador quanto a da Nike. Ou seja, cada um pode lê-lo como quiser, e as duas interpretações são possíveis! Está claro que faltou revisão de qualidade, faltou olhar atento, faltou conhecimento técnico de linguagem. É por isso que a gente sempre enfatiza a necessidade de as empresas terem seus textos (contratos, comunicação interna e externa, publicidade, artigos, livros, periódicos, enfim, tudo!) revisados por profissionais de qualidade - como os da 3GB Consulting.

Mas vamos mostrar o que houve no contrato do Robinho, pra todos entenderem melhor.

A parte em litígio trata da possibilidade de renovação do contrato, que inicialmente terminaria em fins de 2010. Veja o texto:

"(a) A NIKE terá a opção de prorrogar este Contrato além de 1º de Dezembro de 2010 por um período adicional de quatro Anos Contratuais, de forma que o Prazo Contratual prorrogado termine em 30 de Novembro de 2014, com uma Remuneração Base de XXXX dólares dos Estados Unidos se o JOGADOR estiver jogando em um time de categoria A e satisfizer o requisito de performance 1 da Seleção Brasileira (...), a menos que de outra forma ajustado pela NIKE."

Onde está o problema? Naquele "se".

Como Robinho lê o contrato?
"A Nike terá opção de prorrogar o contrato até novembro de 2014 se o atleta estiver jogando em um time de categoria A ao final de 2010" (aqui cabe a informação de que o contrato estipula quais times estão nessa categoria, caso que não é o do Milan, clube pelo qual Robinho jogava na data limite).

Como a Nike lê o contrato?
"A Nike terá opção de prorrogar o contrato até novembro de 2014. E o jogador receberá XXXX dólares dos Estados Unidos se estiver jogando em um time de categoria A".

Quem está certo? OS DOIS!

O contrato está mal redigido! As duas interpretações estão corretas! E, cá entre nós, a da Nike nos parece a mais certa, pela ausência de uma vírgula antes do maldito (bendito?) "se". Mas ainda que houvesse a tal vírgula, as duas interpretações seriam possíveis.

Como resolver? Agora é tarde, Robinho, mas a 3GB Consulting teria evitado essa enrascada para você. Como? Simples, basta alterar a pontuação e a organização do parágrafo. Um exemplo? "A NIKE terá a opção de prorrogar este contrato (...) 30 de Novembro de 2014, se o jogador estiver jogando em um time de categoria A. Nesse caso, o atleta fará jus a Remuneração Base de XXXX dólares dos Estados Unidos." Ou então: "Se o atleta estiver jogando em um time de categoria A, a NIKE terá a opção de prorrogar este contrato (...) 30 de Novembro de 2014, com uma Remuneração Base...".

Simples, não? Mas na hora de redigir, esses problemas acabam passando por advogados e profissionais em geral.

A única chance de evitá-los é contando com serviço especializado. Esse mesmo que a gente oferece aos nossos clientes!

terça-feira, 15 de março de 2011

Erro na camisa do Flamengo?! Que feio...

Mais um exemplo de descuido com a língua: o Flamengo e a Olympikus produziram 200 mil camisetas comemorativas ao título mundial do clube em 1981, e elas estão "erradas"! Pode?

A palavra Tóquio, cidade japonesa onde aconteceu a final do Mundial Interclubes ao qual a camisa faz alusão, está, na camisa, grafada assim: "Tokio". Não dá nem pra dizer que o clube quis grafar em inglês, pois nessa língua a grafia correta é "Tokyo". E agora, como explicar?

Aí já é demais, né Flamengo!? Repetimos: custa gastar um pouquinho mais e se ver livre de um vexame desses?

É esse tipo de vergonha que a 3GB Consulting pode evitar para sua empresa! Lembre-se, o erro foi cometido por uma grande empresa de esportes, a Olympikus, em parceria com um dos clubes de maior torcida do país.

Você tem certeza de que sua empresa está imune a isso?

segunda-feira, 14 de março de 2011

O barato sai caro demais...

Reportagem no jornal Folha de S. Paulo do começo do mês (veja aqui http://grem.io/8eh) escancara o que muitas pessoas só percebem na hora do prejuízo: economizar na hora de redigir qualquer tipo de texto é receita certa para dor de cabeça.

No caso do jogador Robinho, essa dor de cabeça pode chegar a R$ 700 mil por dia! E tudo isso por quê? Porque Robinho e seu representante gastaram um dinheirão com advogados, com tralalá e coisa e tal, mas descuidaram do óbvio: do texto, do uso da língua. O resultado é que o jogador assinou um contrato em duas línguas (português e inglês), com duas informações diferentes! Leia no link postado acima e entenda o imbróglio.

Se Robinho tivesse contratado a 3GB Consulting, nada disso teria acontecido! Viu agora porque nossos serviços são tão importantes?